Ana Paula Aguiar é a pesquisadora responsável do Xpaths. É também pesquisadora do Stockholm Resilience Centre (SRC) ou Centro de Resiliência de Estocolmo, em Português e do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE). Sua pesquisa se concentra na busca de diferentes trajetórias para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), combinando abordagens quantitativas e qualitativas, com foco em processos participativos envolvendo múltiplas escalas.

Como pesquisadora responsável do projeto, fizemos algumas perguntas à ela sobre sua carreira até o XPaths e o que podemos esperar do projeto.


Qual é a sua formação acadêmica?

Sou graduada em Ciência da Computação (UNICAMP, Brasil), Mestre em Sensoriamento Remoto/Processamento de Imagens e Doutora em Sensoriamento Remoto/Modelagem Ambiental (INPE, Brasil).

Antes do XPaths, no que você estava trabalhando?

De 2016 a 2021, contribui de várias maneiras para a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). Em particular, fui autora principal na Avaliação Global do IPBES lançado em 2019, e Expert no escopo do Nexus Assessment (Avaliação do Nexus). Também contribui para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) como Especialista em Cenários. Em 2017, fui contratada pelo Centro de Resiliência de Estocolmo para contribuir com atividades em torno da Agenda 2030 da ONU. Particularmente, uma iniciativa chamada ‘O Mundo em 2050’ (TWI2050), que apoia o processo político e a implementação dos ODS da Agenda 2030 da ONU. Nessa mesma temática, atualmente faço parte da equipe do consórcio SHAPE. Nosso papel no SRC é organizar o processo participativo para co-desenhar as narrativas dos novos cenários.

O que você espera alcançar com o XPaths?

Espero que o projeto gere conhecimento em vários níveis e setores da sociedade sobre os problemas atuais, suas respectivas causas e como superá-las para alcançar o futuro que as pessoas desejam - um futuro sustentável.

Como surgiu a ideia dos XPaths?

Foi uma longa gestação, pois sempre sonhei com um processo em multiescala, em diferentes  lugares como este. Do local ao global, discutindo caminhos de sustentabilidade. Mas a chave foi conhecer Deborah Goffner, e conversar espontaneamente  sobre elaborar um projeto ligando Brasil e Senegal. Exatamente no mesmo dia, lemos sobre a iniciativa "Um Milhão de Cisternas" do Brasil sendo implementada na África Ocidental pela FAO. Nós duas pensamos: sim, vamos fazer isso!!! Um daqueles momentos mágicos.

O que mais te anima no projeto?

Voltar ao trabalho de campo. Eu amo! Bom... espero que o COVID (no Brasil) permita.